quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Autossabotagem





Não há explicação para autossabotagem, talvez eu necessitasse de Freud para explicar a minha psique. Eu decidi não ser mais gorda, pois me sinto infeliz, no entanto, não faço esforço algum para mudar a situação. É como estar se afogando, ver inúmeros galhos de árvores, mas não ter motivação alguma, sentir preguiça de dar umas braçadas para chegar até um galho e encontrar a salvação. 

Preguiça de viver bem é algo doentio, fico tentando descobrir o que me levou a ser assim. Será um trauma de infância? Um bloqueio proporcionado por inveja dos outros enquanto eu era linda na adolescência?  

Seja o que for, há algo a ser trabalhado em mim, isso é fato. Meu universo interior se duela, se debate, com o que quero ser e o que sou, com o lutar para ser o que quero e com a falta de motivação suficiente para agir e obter exito. 

Já me deparei com vários blogs de pessoas que venceram a obesidade. Sei que não foi fácil para nenhuma delas, sei que tiveram dias de desânimo, contudo, conseguiram dar o primeiro passo e ir em frente, hoje são vitoriosas, admiráveis.

Também sei que possuo as mesmas condições, as mesmas armas para me engajar nessa guerra contra a balança, mas então, onde estará o meu dispositivo, o botão que comanda meu cérebro para que eu assuma esse compromisso com a pessoa mais importante do mundo que sou eu mesma?

Gosto de comer, gosto de dormir, gosto de ficar tranquila, gosto de uma vida na mais completa mansidão... Hoje acordei as 6:30 hs da manhã, peguei um copo de coca-cola, um pedaço de bolo de chocolate e me sentei em frente ao computador onde estou até agora. Então me pergunto, por que não coloquei um tênis e saí a caminhar, respirar o ar puro da manhã, oxigenar o cérebro, movimentar o corpo, por que não fiz isso?

O tênis já está nos pés desde que levantei da cama, mas o coloquei porque é o calçado mais confortável. Todos os outros sapatos apertam, presumo que seja da retenção de líquido, pernas e pés inchados. Início do mês passado fui num endocrinologista, durante todo mês tomei sibutramina, sem sentir absolutamente nada. Já li muitos relatos de pessoas que tomaram tal medicação, a maior parte delas se queixava de batimentos cardíacos acelerados entre outros sintomas indesejáveis. Não tive nada de indesejável e o pior, não tive nem mesmo o desejável, que era perder o apetite. Continuei faminta e absurdamente desmotivada a continuar o tratamento!

No fundo sei que a medicação serviria como muleta, pois depende de minha vontade, ou melhor, de minha força de vontade a reeducação alimentar. Estou me sentindo meio desconectada de mim, pois não consigo me focar neste propósito de emagrecer. Mesmo sendo crucial para minha vida o emagrecimento, não sei o que há, parece um tipo de punição, parece meu inconsciente sabotando... Estou me autossabotando! Que triste... Muito triste! Tenho que encontrar um jeito de me olhar como prioridade, como protagonista, como especial e me cuidar com amor. Meu Deus, me ajuda! 




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